segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A Casa Espírita

Psicografia de Robson Pinheiro, ditada pelo espírito Everida Batista, do livro "Uma alma do outro mundo me fez gostar do meu mundo".

A proposta da casa espírita é a libertação das consciências e a formação de trabalhadores responsáveis, cientes do papel que desempenham, pois são parceiros dos Imortais. Essa divina parceria objetiva o estabelecimento definitivo do reino do bem nos corações. A casa espírita é, pois, uma equipe de Jesus em ação. Ação contínua de libertação de tabus, preconceitos e atitudes castradoras, que impedem o crescimento. Todos são a casa. O centro espírita não é a diretoria nem se resume às lideranças. O centro espírita é o próprio trabalhador, tanto quanto cada trabalhador é o próprio centro espírita.

Há que se esclarecer o papel da casa, para nós e para o trabalhador, a fim de que não nos percamos em meio aos pontos de vista de certos indivíduos, que, mesmo cheios de boa vontade, estejam desconectados com a proposta do Alto. Não basta conservar a cabeça cheia de sonhos e de idéias maravilhosas, enquanto as mãos permanecem vazias de realizações. Tal atitude denota imaturidade espiritual. A casa espírita deve primar pela qualidade de seus métodos de ação, de seus trabalhos e trabalhadores, sem perder de vista a beleza, a harmonia e o sentido estético de toda atividade do bem realizada em nome do Mestre.

Entendemos como casa espírita a reunião de corações afins sob o direcionamento de Jesus. Embora muitas vezes o pensamento do trabalhador não reflita a proposta dos orientadores espirituais, o estudo constante, a clareza e a transparência nas atitudes dos líderes contribuem para que o próprio trabalhador não fique mergulhado em sonhos e ilusões que não são expressão da realidade espiritual do mundo. Jamais devemos nos esquecer de que a casa espírita representa o esforço do Alto em implantar na Terra um oásis de paz. Sob essa ótica, o trabalhador não poderá se esquecer de que está no mundo, lidando com as leis próprias do mundo, a fim de transformar o ambiente num pedacinho de céu na Terra.

Contudo, não nos esqueçamos de que centro espírita não é reduto de espíritos elevados ou redimidos. É campo abnegado de trabalho incessante, de aprimoramento da consciência e do coração. A casa espírita é um templo para onde convergem todos os esforços do Mundo Maior com o objetivo de fornecer inspiração aos homens para a realização da paz. Diz o Mentor Alex Zarthú, com relação à casa espírita: "Aqui, filhos de Deus aprendem, estudam e ensinam ciências. Mentalize eficácia, respeito e disciplina. Este lugar é um templo da vida". A ciência espiritual, em parceria constante com as inteligências imortais que nos dirigem, esse é o nosso objetivo.

Eficácia, respeito, disciplina são metas a serem atingidas; porém, sem perder de vista que existem limites a serem respeitados, que somos todos humanos e que a angelitude e a santidade fazem parte de um projeto para o futuro, não são ainda a realidade presente de nenhum trabalhador da última hora.

Caminhando Sobre o Mar

Você conhece esse cena do Evangelho, não é ?

Ela retrata o momento em que Jesus anda sobre as águas e socorre o discípulo Pedro.

Desesperado, afundando nas ondas agitadas e socorre o discípulo Pedro.

O que aconteceu com Pedro ?
Ele e os outros discípulos estavam numa barca atravessando para outra margem.
Jesus os vê na barca agitada pelo vento forte e vai ao encontro deles "Caminhando sobre o mar".
Pedro vendo Jesus pede-lhe para ir até Ele.
"Vem", Jesus diz. Pedro sai do barco e vai andando.
Enquanto confia em Jesus, ele fica de pé sobre as águas !
Mas a "violência do vento redobrou". Pedro teve medo e afunda gritando: "Senhor Salva-me !"
No mesmo instante, Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e lhe disse: "Homem de pouca fé, por que duvidastes ?".
Ao gritar: "Senhor", Pedro afirma que está diante Daquele que pode sobre terra, céu e mar.
Ao gritar - "salva-me" - está diante Daquele que se faz Misericórdia, socorrendo a todos que Lhe pedem.
Pedro via acontecer isso.
Mesmo assim, Pedro tem medo.
Na pergunta que faz a Pedro, o Senhor está ensinando que não basta ter confiança quando tudo está tranqüilo.
Mas manter a fé mesmo na tempestade !
Como nos identificamos com Pedro, não é mesmo ?
Mas ele também nos ensina !
Ele mostra que o discípulo de Jesus não é aquele que nunca afunda, mas o que sempre volta a confiar.
Quantas vezes acontece coisa semelhante conosco !
Quando as ondas do mar da vida se agitam e parece que nosso barco vai virar. Sim, clamamos por Jesus.
Ele diz "vem", e até damos passos na sua direção. Mas de repente o vento sopra mais forte, as ondas dos problemas se agigantam e temos medo.
O medo nos paralisa. Impede de percebermos as mãos fortes de Jesus segurando a nossa para não afundarmos.
Mas as mãos de Jesus estarão sempre lá, onde necessitarmos delas.
Se estivermos afundando em mares bravios de problemas, mas reconhecermos que Jesus tudo pode, e que acima da nossa pouca fé, está a Sua misericórdia infinita.
Basta gritarmos como Pedro: "Senhor, salva-me !"
Ele há de segurar nossa mão com a firmeza com que segurou a de Pedro.
E nos salvará sempre !

Dicas para Afastar Energias Negativas

Todos nós sabemos, as energias negativas são uma das preocupações do ser humano.
Procurar fugir delas é complicado. Elas nos alcançam em qualquer lugar do planeta.
Mas, podemos nos defender, começando a tomar uma série de atitudes e providências.
Abaixo, seguem seis dicas pessoais para começar a combatê-las.

1. NÃO TEMER NINGUÉM
Uma das armas mais eficazes na subjugação de um ser é impingir-lhe o medo.
Sentimento capaz de uma profunda perturbação interior, vindo até a provocar verdadeiros rombos na aura, deixando o indivíduo vulnerável a todos os ataques.
Temer alguém significa colocar-se em posição inferior, temer significa não acreditar em si mesmo e em seus potenciais, temer significa falta de fé.
O medo faz com que baixemos o nosso campo vibracional, tornando-nos assim vulneráveis às forças externas. Sentir medo de alguém é dar um atestado de que ele é mais forte e poderoso. Quanto mais você der força ao opressor, mais ele se fortalecerá.

2. NÃO SINTA CULPA
Assim como o medo, a culpa é um dos piores estados de espírito que existem.
Ela altera nosso campo vibracional, deixando nossa aura (campo de força) vulnerável ao agressor..
A culpa enfraquece nosso sistema imunológico e fecha os caminhos para a prosperidade.
Um dos maiores recursos utilizados pelos invejosos é fazer com que nos sintamos culpados pelas nossas conquistas.
Não faça o jogo deles e saiba que o seu sucesso é merecido.
Sustente as suas vitórias sempre!

3. ADOTE UMA POSTURA ATIVA
Nem sempre adotar uma postura defensiva é o melhor negócio. Enfrente a situação.
Lembre-se sempre do exemplo do cachorro: quem tem medo do animal e sai correndo, fatalmente será perseguido e mordido.
Já quem mantém a calma e contorna a situação pode sair ileso.
Ao invés de pensar que alguém pode influenciá-lo negativamente, por que não se adiantar e influenciá-lo beneficamente?
Ou será que o mal dele é mais forte que o seu bem?
Por que será que nós sempre nos colocamos numa atitude passiva de vítimas?
Antes que o outro o alcance com sua maldade, atinja-o antecipadamente com muita luz e pensamentos de paz, compaixão e amor.

4. FIQUE SEMPRE DO SEU LADO
A maior causa dos problemas de relacionamentos humanos é a "Auto-Obsessão".
A influência negativa de uma pessoa sobre outra sempre existirá enquanto houver uma idéia de dominação, de desigualdade humana, enquanto um se achar mais e outro menos, enquanto nossas relações não forem pautadas pelo respeito mútuo.
Mas grande parte dos problemas existe porque não nos relacionamos bem com nós mesmos.
'Auto-Obsessão' significa não se gostar, não se apoiar, se auto boicotar, se desvalorizar, não satisfazer suas necessidades pessoais e dar força ao outro, permitindo que ele influencie sua vida, achar que os outros merecem mais do que nós.
Auto - obsequiar-se é não ouvir a voz da nossa alma, é dar mais valor à opinião dos outros.
Os que enveredam por esse caminho acabam perdendo a sua força pessoal e abrem as portas para toda as pessoas dominadoras e energias de baixo nível.
A força interior é nossa maior defesa.

5. SUBA PARA POSIÇÕES ELEVADAS
As flechas não alcançam o céu.
Coloque-se sempre em posições elevadas com bons pensamentos, palavras, ações e sentimentos nobres e maduros.Uma atmosfera de pensamentos e sentimentos de alto nível faz com que as energias do mal, que têm pequeno alcance, não o atinjam.Essa é a melhor forma de criar 'incompatibilidade' com as forças do mal e energias incompatíveis não se misturam.

6. FECHE-SE ÀS INFLUÊNCIAS NEGATIVAS
As vias de acesso pelas quais as influências negativas podem entrar em nosso campo são as portas que levam à nossa alma, ou seja, a 'mente' e o 'coração'.
Além de manter o coração e mente sempre resguardados das energias dos maus pensamentos e sentimentos negativos, fuja das conversas negativas, maldosas e depressivas.
Evite lugares densos e de baixo nível.
Quando não puder ajudar, afaste-se de pessoas que não lhe acrescentam nada e só o puxam para o lado negativo da vida.
O mesmo vale para as leituras, programas de televisão, filmes, músicas e passatempos de baixo nível.

SER MÉDIUM


Ser médium, de forma geral, é uma grande dádiva que nos é concedida por Deus, sempre no sentido do nosso aprimoramento espiritual. O importante, como afirmam os amigos espirituais, não é ser médium, é ser um bom médium.

Ser um bom médium é, certamente, estar em sintonia o mais perfeitamente  possível com os planos do Cristo Jesus na ação de redimir e conduzir as pessoas à uma vivência real da sua existência, que é a de ascender, destruindo a ignorância, mãe da superstição e crendice, para uma vida em conformidade com o Plano de Deus para o ser humano, encontrar-se, encontrando Deus em si, para encontrar a felicidade tão almejada e inata em todos.

Não existe possibilidade de ser um bom médium se não se adota como regras essenciais de sua vivência mediúnica o estudo e a disciplina. O conhecimento desmitifica o mediunismo, e mostra o quão natural é o processo mediúnico; a disciplina facilita o afastamento do excesso de animismo e assenta o médium na humildade.

Mediunidade não é fenômeno sobrenatural ou mágico, é o uso natural do aparelho físico do médium, a partir do consentimento do mesmo, para que juntos possam, médium e guia,  espalhar a palavra de conforto, ensinamento, e de ajuda através das manipulações energéticas, sempre no sentido de mostrar a grande misericórdia de Deus e a necessidade de reforma íntima, de aprimoramento moral, para se conquistar a real paz e alegria, que é a felicidade almejada, mesmo que inconscientemente. Ora, se oferecemos o nosso aparelho físico para ser usado pelos amigos desencarnados é preciso que o aparelhemos, para que possa ser hábil e apto às comunicações dos Guias e Mentores.

Ilusão mentirosa pensar que o guia faz tudo sozinho, pois a mediunidade psicofônica (incorporação) é uma mediunidade de efeito intelectual, ou seja, é realizada na intelectualidade do médium, no uso de seu cérebro físico como receptor, decodificador e transmissor das mensagens espirituais. Não havendo códigos doutrinários, evangélicos, racionais formados pelo conhecimento adquirido, o médium será deficiente na possibilidade de decodificar intelectualmente as mensagens doutrinárias e evangélicas dos Guias e, pior, em se tratando de médium fantasista e supersticioso, essas mensagens serão fonadas cheias de deturpações e vícios supersticiosos de propriedade do medianeiro. Se o trabalho mediúnico é feito a dois, médium – guia, a contribuição do médium será um fracasso no que concerne ao plano cristico de esclarecimento e elevação mental e espiritual, através do mecanismo mediúnico.

Não existe milagre na mediunidade, mas um evento natural de ligação mental entre o medianeiro e o irmão espiritual a se comunicar, seja através da palavra, dos gestos ou das manifestações físicas.

Muitas vezes médiuns verdadeiros, mas atacados de escrúpulos, o que é outro grande erro prejudicial ao desenvolvimento mediúnico, nos falam da sua excessiva preocupação com o famoso e famigerado animismo.

Vejam bem, existe sempre animismo em qualquer tipo de mediunidade, pois o aparelho que está sendo usado é o corpo físico do médium, que está “habitado”, ligado ao espírito do mesmo. As atuações, idéias, etc, do espírito comunicante passam pela vivência, conhecimento e experiência do médium para chegarem ao mundo físico, portanto sempre haverá animismo, ou seja, a presença da “anima”, da alma do médium. Esse, como diz Ramatis, é um animismo sadio, quando o médium é maduro, consciente da sua responsabilidade e aparelhado com conhecimentos doutrinários e evangélicos que afastem da sua memória intelectiva as sombras da ignorância, das crendices e superstições, que podem até fascinar as pessoas sem conhecimento e maturidade espiritual, mas não ajuda, não eleva, não conduz à libertação, razão da mediunidade nos Planos do Cristo. Esse seria um animismo pernicioso e ruim.

Voltando a Ramatis, lembramos o seu ensinamento a respeito da mediunidade sem sombras de superstições e ilusões. Ele compara a mediunidade a uma xícara que contém café com leite. O café é o médium, o leite o guia. Ocorre a mistura, o café não é mais apenas café e o leite não mais apenas o leite, trata-se de café com leite. Agora, a maior ou menor quantidade de café ou de leite na xícara, que seria o medianeiro, depende do médium. Da sua seriedade, maturidade, fé, confiança e conhecimentos.

A mediunidade se processa de forma natural quando, nos momentos competentes e nos lugares certos, o guia envolve o perispírito do médium com suas energias mentais e emocionais. O perispírito do médium, como é natural, projeta esse envolvimento ao Duplo Etérico do medianeiro que, automaticamente, pelas rasuras existentes na sua tela etérica comunica essas energias mentais e emocionais ao corpo físico desse médium, mediunizando-o, ou seja, tornando-o medianeiro, instrumento comunicador das idéias
e sentimentos do guia comunicante.

Nada, portanto, de sobrenatural, apenas o exercício, planejado pela espiritualidade, de trabalho conjunto pela caridade, para ajudar na ascensão da humanidade.

Outro fator importantíssimo para a realização da mediunidade com Jesus é a disciplina. Os guias são espíritos que estão inseridos num processo evolutivo já consciente e irmanados à vivência espiritual da busca de Deus. São profundamente disciplinados, pois a ordem e o respeito são fatores preponderantes ao bom andamento evolutivo, que afasta a interferência das sombras, onde habitam espíritos indisciplinados, motivados pela ignorância. Sempre digo que quando há movimentos de indisciplina, desrespeito à hierarquia e à filosofia da Casa onde médium-guia trabalham, não se trata do espírito comunicante e sim da interferência do médium.

Guia não invade o livre arbítrio do médium, não cria desordens, não atrapalha a evolução dos seus aconselhados, não perde tempo com futilidades, mas aproveita todas as oportunidades, quando presentes na mediunidade do encarnado, para doutrinar, ensinar e evangelizar. Creio ser esse o sintoma prático de uma boa incorporação.

Diz o Pai Tomé que “Umbanda não é teatro e terreiro não é tablado para apresentação de irmãos carentes, desavisados e vaidosos”. Daí a necessidade da disciplina num Templo Umbandista. Disciplina que ensina, que ordena e organiza o trabalho religioso de um Templo, que deve ser Igreja onde se ora, Escola onde se ensina e Hospital onde se trata. Como existir essa bela realidade sem disciplina que organiza e favorece a organização de uma Casa dedicada ao trabalho de caridade com Jesus? Gosto da frase de André Luiz quando diz: Caridade sem disciplina é perda de tempo.

Médium que não aceita ou não quer se adaptar à disciplina do seu Templo, não está buscando espiritualidade e o intercâmbio sadio com o plano espiritual, mas sim preencher seus problemas carenciais e emocionais com a “religião” que satisfaça aos seus desejos e caprichos. Trata-se de mais uma máscara do ego, que só plantará mais o indivíduo na superficialidade e sentimentalismo vazio. E isso não é mediunidade com Jesus.

A mediunidade será sempre uma oportunidade dada pela misericórdia divina para que reconquistemos oportunidades perdidas em encarnações passadas, ressarcindo as dívidas contraídas com a Lei Universal pela nossa inércia e preguiça de caminhar com Jesus, nos caminhos da evolução espiritual. Quantos médiuns continuam a se perderem nos emaranhados da vaidade, do orgulho e da ignorância, pulando de Templo em Templo, sem se estabilizarem em nenhum e sempre culpando esses Templos sem se darem a oportunidade de, humildemente, enxergarem a sua vaidade e orgulho, quando não sua preguiça em se lançar na labuta do estudo, da disciplina e do trabalho. Lembremo-nos que: “Tolo é aquele que naufragou seus navios duas vezes e continua culpando o mar” (Publio Siro)

Emmanuel dizia a Chico ser necessário para trabalhar com ele de disciplina, disciplina e disciplina. Pai Ventania diz ser necessário para trabalhar com ele de austeridade, austeridade e austeridade.
Ele entende  austeridade como seriedade no comportamento que implica em respeito e acatamento aos preceitos disciplinares contidos no Regimento Interno, respeito e acatamento à hierarquia constituída, respeito e  acatamento ao ambiente que deve ser marcado pela religiosidade e fé, na busca da interioridade e crescimento espiritual. Ele sempre nos alerta dizendo que:

“Todas as atividades num Templo que tenha a marca da espiritualidade, inclusive na Umbanda, devem ser realizadas no espírito de silêncio, seriedade, austeridade, prece e reflexão.

Em todos os aposentos de um Templo Umbandista os médiuns de sua corrente devem agir com esse mesmo espírito, não transformando o hospital, escola e igreja, que deve ser todo o ambiente do Templo, num lugar de conversas, exterioridades e conchavos.

Não transforme nunca o seu Templo num clube de amigos ou local de encontros, na ânsia insana de saciar a carência, ainda imatura, de aceitação e afetividade, o que, sem dúvida, acarretará, mais cedo ou mais tarde, fofocas e conversas fúteis, fáceis de serem aproveitadas pelos irmãos das sombras na sua ânsia de destruir as casas sérias e comprometidas com Jesus e a Alta Espiritualidade.

Cada médium, partícipe da corrente do Templo, deve agir de forma correta em sua posição e comportamento, e assim exigir de seus companheiros comportamento adequado à seriedade e crescimento espiritual que a espiritualidade exige.

Sejam, meus filhos, médiuns austeros e idealistas na construção e conservação do seu Templo espírita, que só será real e concreto se estiver plantado na disciplina, no estudo e no trabalho.

Você é responsável pelo Templo em que militas e, não se esqueça, responderá ante a Lei pela sua atuação e comprometimento com tudo aquilo que fuja do ideal de verdadeira fé, segurança e caridade.

O Templo pertence a Jesus e à Espiritualidade, e devemos estar nele respeitando os seus verdadeiros donos e agindo de acordo com suas orientações de disciplina, piedade, oração e trabalho. (Cab. Ventania de Aruanda)

O trabalho do médium é marcado pelo amor. Esse amor, para ser real, se expressa através da humildade, esforço e confiança no chamado para o exercício mediúnico e nunca por meio de sentimentalismos e superficialidades de quem ouve, aceita mas, na hora da prática burla essa disciplina ou age como se a mesma não fosse para ele, parece que dá uma amnésia irresponsável que, com certeza vai repercutir no todo, pois somos elos de uma mesma corrente.

O importante não é só aprender, mas utilizar os conhecimentos para lhe fornecer segurança. Não adianta o Templo oferecer cursos e aprendizados, os dirigentes se esforçarem para esclarecer e apontar o caminho da austeridade e disciplina templária,  se o médium não se liberta  da sua insegurança e vivências passadas de superstições, crendices, vaidades e superficialidades. Diz um ditado conhecido que Deus não chama os capazes, mas capacita aqueles que chama, quando se deixam capacitar.
O Templo oferece conhecimento, oportunidade de exercitar a disciplina, de ter um desenvolvimento mediúnico sadio e desprovido de fantasias, mas se o médium não se deixa capacitar, ouve, mas não transforma em sabedoria esse conhecimento, no exercício de suas atividades no Templo, é inútil, continuará na imaturidade religiosa e, portanto, num exercício mediúnico não sadio. Esse médium não contribuirá para somar na Corrente em que se encontra e diz Pai Ventania que médiuns sem maturidade, ainda infantis na sua vivência religiosa e mediúnica, não serve para trabalhar com ele, na missão que tem na construção do Templo do Cruzeiro da Luz.
Não, mediunidade não assusta, somente aos fracos, e como sabemos, a felicidade não pertence aos fracos e covardes. E, infelizmente, quantos se apresentam como fortes e desejosos de aprender e construir, mas que fica na superficialidade do aprendizado, não criando raízes profundas de humildade e serviço. Vivem dizendo que estão felizes e carregam profunda tristeza e sofrimento em seus interiores. Vivem de fachada, de exterioridades.

Pertencer a um Templo Espírita é assumir, com o coração e a vida, a filosofia, a disciplina e o trabalho da Casa. É triste para o Dirigente de um grupo espiritualista quando ele se esforça, ensina, se doa, oferece seu tempo e amor no trabalho de fazer crescer os médiuns da sua casa em religiosidade, disciplina e serviço, e observa que determinados médiuns, embora estudem e ouçam, se mantêm na superficialidade deslizando na disciplina, na humildade, agindo de forma independente da vibração harmoniosa da Corrente.

Se o médium não entendeu, depois do Aspirantado, do período entre a Vinculação à Corrente até a Vinculação de Exu, que as normas do Templo visam a unificação, à concretização dos rituais da Umbanda, à vivência da religiosidade, é sinal que ainda está com excesso de máscaras do ego e fechou a brecha da humildade, através da qual poderá penetrar a luz do verdadeiro conhecimento e prática de intercâmbio mediúnico sadio.

Se existe uma hierarquia, que são aqueles que receberam “ordens e comando” do Guia Chefe do Templo para manter a espiritualidade e a disciplina em alta, é porque assim é na Umbanda. Desde o Sacerdote Dirigente até os Pais, Mães Pequenos, Ogãs e Ekedis, são instrumentos nas mãos da Espiritualidade do Templo a serviço da seriedade, amor real e religiosidade do mesmo. E, a esses irmãos que são cobrados pelo Plano Espiritual, doam seu tempo, energia e amor a serviço de seus irmãos, deve haver total respeito e acatamento, como centro de unificação e sacralização da religião, como representantes da espiritualidade responsável pelo Templo.

Eles não são Pais e Mães apenas dentro do Templo, mas em qualquer lugar em que estejam, sempre salvando-se o discernimento e respeito aos ambientes em que estivermos. Pois o médium não é apenas umbandista no Templo e não são membros da Corrente, ou seja, da egrégora do Cruzeiro da Luz, apenas no Templo, mas em qualquer lugar em que estiverem. Após a Vinculação, uma marca espiritual é impressa no médium. Onde estiver é vista pelo Plano Espiritual como membro dos Cavaleiros da Luz, pertencentes ao Cruzeiro da Luz.

O médium que se sente diminuído, ou que pela sua vaidade e escrúpulo, não toma a bênção aos Pais e Mães em qualquer lugar em que os encontre, com segurança e carinho, demonstrando seu respeito, amor e fidelidade à Corrente do Templo a que pertence, ainda está na superficialidade da sua vivência religiosa, principalmente como membro do Cruzeiro da Luz. Tomar a bênção denota, com certeza, sua integração real e comprometimento destemido com o trabalho da Umbanda e do Cruzeiro da Luz. Dizem os Mentores que na bênção dada pelos membros com “ordens e comandos”, existe “a eles a responsabilidade de abençoar e a quem pede o benefício de ser abençoado”, pois quando eles abençoam, têm o aval da espiritualidade superior da casa e, portanto, apenas canalizam para nós a benção dos Irmãos Espirituais Superiores.

Para mim é triste quando detecto médiuns do Cruzeiro da Luze encontrarem seus irmãos com cargo no seu Templo e se esquivarem de tomar a bênção, especialmente quando sinto a ponta da vaidade, do escrúpulo e da falta de fé na realidade ritualística e religiosa da Umbanda. Principalmente quando sei e acontece que membros de outros Templos ao nos encontrarem, em qualquer lugar, seja pela internet ou na rua, logo tomam a bênção, pois sabem da importância canalizadora de energia e do ritual preceituado no Movimento Umbandista. Para mim, médiuns que agem desse jeito, estão atrasando sua caminhada de serviço mediúnico e, pior, deixando que a vaidade e a superficialidade fale mais alto que o aprofundamento e vivência religiosa real e concreta.

Porque mediunidade é exercício religioso de doação, amor e vida. É fácil de vivenciá-la, quando o irmão chamado a exercê-la se mune de intrepidez, humildade e comprometimento fiel. Intrepidez para enfrentar os percalços naturais, as renúncias e a abnegação que faz desse exercício uma atividade sagrada,é o sacro ofício = sacrifício.

Humildade para aceitar a disciplina, as correções necessárias e as atividades ritualísticas de sua Casa de Trabalho. Amando-a e assumindo-a como parte de sua vida.

Comprometimento para assumir, como sua família espiritual, a Corrente a que pertence. A fidelidade ao Guia Chefe, ao Sacerdote-Dirigente, à Corrente composta de seus irmãos de trabalho espiritual só será realidade a partir da maturidade do médium, que se comprometerá com a mente, o coração e a vida a esse trabalho no Templo Umbandista que o acolhe, ensina e forma para uma vida religiosa e mediúnica sadia.

Comprometimento para trabalhar a sua mediunidade com uma única razão, que é a razão pela qual os guias abnegadamente assumem as formas perispirituais no movimento umbandista (Caboclos, Pretos Velhos, Crianças e Exus), que é a de crescer, ajudando seus irmãos a crescerem espiritualmente, sendo assistidos pela misericórdia de Deus, no tratamento de suas dores e problemas.

Sim, ser médium na Umbanda é maravilhoso, é gratificante, só é necessário que entendamos que ela é uma religião disciplinada e ritualística, que é preciso ser compreendida, vivida e amada no Templo a que pertençamos. Diz o Caboclo das Sete Encruzilhadas que  “A Umbanda é uma árvore frondosa, que está sempre a dar frutos a quem souber e merecer colhê-los”.

 Pai Valdo (Sacerdote Dirigente do T. E. do Cruzeiro da Luz/RJ)

Semeadura

Quem planta sementes, colhe alimento.
Quem planta flores, colhe perfume.
Quem semeia trigo, colhe pão.
Quem planta amor, colhe amizade.
Quem semeia alegria, colhe felicidade.
Quem semeia a fé, colhe a certeza.
Quem semeia a fé, colhe a certeza.
Quem semeia carinho, colhe gratidão.
Quem semeia a verdade, colhe a confiança.
Quem planta a vida, colhe milagres !

No entanto, há quem prefira
Semear tristeza e colher amargura
Plantar discórdia e colher solidão
Semear vento e colher tempestade
Plantar ira e colher inimizade
Plantar injustiça e colher abandono.

Somos semeadores conscientes no campo da vida, pois diariamente espalhamos milhões de sementes ao nosso redor.
Saibamos escolher sempre as melhores, para que, ao recebermos a dádiva da colheita farta, tenhamos apenas motivos para agradecer.