quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Assim falam os amigos espirituais...


Nossos espíritos saem da letargia existencial e obtém o despertamento crístico desde o instante que compreendemos o amor de Jesus pela humanidade e somos comovidos, passamos a amá-lo e a ter semelhante sentimento amoroso pelos nossos irmãos de senda evolutiva. Ou seja, intelectualizar o evangelho como a maioria faz não cristifica o ser se não for acompanhado do sentimento sincero - amor verdadeiramente sentido e que não impõe condições. Como mago e cabalista, estudioso espiritualista, venerável mestre ocultista e exímio feiticeiro que fui no passado, a ciência me ensinou as ver as estrelas e a prever o futuro pela posição dos astros na abóbada celeste, mas não a entender as profundezas do coração humano. 
Acima de toda a sabedoria oculta estão as criancinhas quando nos abraçam ternamente e dizem: “tio, dê-me um beijo porque lhe quero muito”. É preciso se trabalhar para que os povos da crosta à semelhança dos pequeninos abracem a doutrina libertadora do amor incondicional. Há que se ter fome do pão da alma! Há que se ter sede de espírito! Há que se ter igualdade, para não mais gemerdes na escravidão de vós mesmos que impõem as diferenças que separam!
Quanto há que se trabalhar? Não um século, dois ou mil. Não tem prazo fixo, assim como o progresso espiritual é infinito. Hoje atirais a semente ao solo e já quereis resultado imediato. A impaciência é má conselheira e a pressa de transição para um mundo melhor vos faz desconsiderar as rosas que estão no lodo putrefato como se elas não tivessem o odor que lhes é tão peculiar - muitas almas tem o Cristo em essência e se encontram em fétidos andrajos existenciais, ainda presas nas profundidades dos gozos terrenos, onde os prazeres e desejos agitam as criaturas em busca dos objetivos dos prazeres materiais. 

Assim como o espiritualista impaciente roga que venha logo a transição planetária para ter um mundo melhor a sua volta e não mais se apoquentar com seus pares incômodos, "joios" a serem separados do trigo, o materialista tem ânsia de conforto, de finas comidas, de bebidas em abundância, de festas e banquetes, de orgias e uniões de corpos. Eis os sonhos que os igualam e os fazem cegos.

As Leis sábias e justas não são castigos. Os bons agricultores não lavram o solo no mesmo lugar. Há muito chão para ser adubado e para o despertamento do Cristo dentro de cada ser. Muitos vales de dor e sofrimento ainda terão que ser percorridos com o ancinho e a enxada do fiel jardineiro semeador, para que as rosas renasçam em solo sapiente e se libertem das profundezas dos lodos putrefatos exalando seus perfumes à luz do Sol pujante e do vento purificador.

Se vocês estão decididos a se regenerarem não se iludam que a eleição para um mundo de regeneração seja a simples separação dos esquerdistas contaminados pelo “mal” - comum ao pouco evangelizado. A espera inconsciente de uma vida contemplativa nos planos celestiais é decorrência de uma projeção de imaginação do egoísmo dos homens, eis que perpetuar a contemplação quanto mais se evolui contraria as leis do Criador, que não cessa nunca de trabalhar na construção do Cosmo. Não sentir, não compartilhar, não chorar, não se compadecer e nem tomar parte das dores e sofrimentos alheios, é endurecer o coração e se afastar da direita de Jesus.

Certo que dos corações petrificados dos espiritualistas ansiosos pelo mundo de regeneração ou dos materialistas gozosos não brotará a água viva da consolação. Desconectados da fonte eterna de abundância e amor universal, sofrem martírios que eles mesmos se impõem enquanto são fontes causadoras de efeitos a serem colhidos que os aprisionam como náufragos em mares revoltos, eis que aqueles que procuram separar o mal de si e ainda não venceram o mal existente dentro deles se unem aos objetos da separação.

É ilusão acreditar que para alcançar a felicidade suprema e galgar a regeneração basta não “pecar” mais. Ledo engano, eis que é preciso fazer com que os semelhantes não caiam tal qual Jesus faz por vocês a cada segundo de vossas vidas. A redenção da humanidade passa pela regeneração interna de cada ser alcançada com o trabalho e amor para com seus semelhantes.

Afinal, o que vocês acham que espíritos de escol estão fazendo ainda neste planeta? Levam o perfume do Cristo à crosta, como rosas que ao invés de ornar os jardins celestiais do Pai mergulharam em um lago caudaloso de águas pútridas, assim como Jesus fez quando habitou o tabernáculo de carne entre vós e fará até o final dos tempos para vossas libertações definitivas. Com respeito, rogo paz e luz, 

Exu Tiriri Rei das Encruzilhadas

(Psicografia de Norberto Peixoto)