sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A Necessidade da Reencarnação

A evolução do Espírito é regida pela Lei do Progresso.


É através da reencarnação que o Espírito tem a possibilidade de passar por experiências materiais e, através dessas experiências, a oportunidade de progredir.
No mundo espiritual, incorpóreo, sem poder atuar sobre a matéria, o Espírito não tem condições de passar por experiências materiais.

Evidentemente, como Espírito e possuindo um corpo perispiritual formado por substâncias etéreas, incorpóreas, não consegue intervir diretamente no mundo material; pode fazê-lo indiretamente.

Mas, para intervir indiretamente, ele necessita ou do corpo de uma pessoa encarnada (médium) ou do fluido anímico dessa mesma pessoa.

Este processo de intervenção indireta no mundo material, onde um Espírito vive conjuntamente com outro Espírito detentor de corpo carnal, ambos ocupando um só corpo de carne, é denominado vampirismo.

Nas práticas mediúnicas não há vampirismo, pois o Espírito não compartilha do corpo do médium para viver, mas tão-somente o utiliza para receber esclarecimentos, informações e tratamento.

Para atuar diretamente sobre a matéria - e passar pelas experiências necessárias e indispensáveis à sua evolução espiritual e progresso - o Espírito deve reencarnar, unindo-se a um corpo carnal que utilizará até que este não tenha mais condições de manter a vida, quando então a ligação será rompida.

A reencarnação pode ser: compulsória, quando o Espírito é compelido a reencarnar, ou voluntária, quando o Espírito concorda com ela.

Como regra geral, o Espírito necessita reencarnar para progredir, passando por novas experiências; para resgatar compromissos assumidos perante a Lei Divina por ter cometido erros nas reencarnações pregressas; e para entrar em contato com outros Espíritos melhores e/ou piores que ele, vivendo lado a lado, em intensa interação social, já que a carne abafa, ou isola, tanto as qualidades como as imperfeições do Espírito.

Aprendemos com os Espíritos mais evoluídos e ensinamos aos menos evoluídos e, em cadeia espiritual, vamos todos progredindo, uns auxiliando os outros.

Allan Kardec, no livro "A Gênese" (capítulo XI - Encarnação dos Espíritos.), assim nos ensina:

"24. A obrigação, para o Espírito encarnado, de prover à nutrição do corpo, à sua segurança, ao seu bem-estar, o obriga a aplicar suas faculdades em investigações, a exercê-las e a desenvolvê-las. Sua união com a matéria é, pois, útil a seu progresso; eis porque a encarnação é uma necessidade. Por outro lado, pelo trabalho inteligente que o Espírito opera sobre a matéria, em sua própria vantagem, ele auxilia a transformação e o progresso material do globo em que habita; é assim que, progredindo, ele auxilia a obra do Criador de quem é um agente inconsciente."

"26. A encarnação não é, pois, uma punição para o Espírito, como alguns têm pensado, mas uma condição inerente à inferioridade do Espírito, e um meio de progredir (’Céu e Inferno’, capítulo III nº 8 e seguintes.)."
E, também, no livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" (cap. IV), de Allan Kardec, temos a seguinte orientação:

"25. A encarnação é uma punição, e somente os Espíritos culpados é que lhe estão sujeitos ?A passagem dos Espíritos pela vida corpórea é necessária, para que eles possam realizar, com a ajuda do elemento material, os propósitos cuja execução Deus lhes confiou. É ainda necessária por eles mesmos, pois a atividade que então se veem obrigados a desempenhar ajuda-os a desenvolver a inteligência. Deus, sendo soberanamente justo, deve aquinhoar equitativamente a todos os seus filhos. É por isso que Ele concede a todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de ação. Todo privilégio seria uma preferência, e toda preferência uma injustiça. Mas a encarnação, para todos os Espíritos, é apenas um estado transitório. É uma tarefa que Deus lhes impõe, no princípio da existência, como primeira prova do uso que farão de seu livre-arbítrio. Os que executam essa tarefa com zelo, sobem rapidamente, e de maneira menos penosa, os primeiros degraus da iniciação, e gozam mais cedo o resultado de seu trabalho. Os que, ao contrário, fazem mau uso da liberdade que Deus lhes concede, retardam o seu progresso. E é assim que, por sua obstinação, podem prolongar indefinidamente a necessidade de se reencarnarem. E é então que a encarnação se torna um castigo. São Luís, Paris, 1859."

"26. Observação - Uma comparação vulgar nos fará melhor compreender esta diferença. O estudante não atinge os graus superiores sem ter percorrido a série de classes que o levam até lá. Essas classes, por mais trabalho que exijam, são o meio de atingir o fim, e não uma punição. O estudante laborioso abrevia a caminhada, encontrando menos dificuldades; acontece o contrário com aquele que a negligência e a preguiça o obrigam a repetir certas classes. Não é, porém, o estudo que constitui uma punição, mas a obrigação de recomeçá-lo em cada classe.

É o que se passa com o homem na Terra. Para o Espírito do selvagem, que está quase no começo da vida espiritual, a encarnação é um meio de desenvolver a inteligência. Mas, para o homem esclarecido, em quem o senso moral está largamente desenvolvido, e que se vê obrigado a repetir as etapas de uma vida corporal cheia de angústias, enquanto já podia ter atingido o fim, é um castigo, pela necessidade em que se acha de prolongar a sua permanência nos mundos inferiores e infelizes. Aquele que, ao contrário, trabalha ativamente para o seu progresso moral, pode não somente abreviar a duração de sua encarnação material, mas franquear de uma vez os graus intermediários, que o distanciam dos mundos superiores."


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