O
mundo continua dando suas voltas, fazendo com que o tempo se escoe por entre
nossas tão valorizadas e frágeis opções de vida encarnatória. O tempo, na vida
daquele que busca a sabedoria do espírito, convida ao constante reinício das
atividades mentais, emocionais e físicas na conquista do bem mais precioso, que
é a Liberdade Espiritual.
Essa
liberdade tão ansiada, mesmo por aqueles que se dizem livres, mas não conseguem
controlar seus temperamentos irascíveis, suas paixões descontroladas, às vezes
um pequeno vício, isso sem falar nas ilusões do mundo buscadas como tábua de
salvação e, normalmente, esfaceladas pela suposta realidade da vida terrena,
que é ilusória.
A
liberdade a que somos convidados a buscar é a liberdade em relação ao nosso
"eu" pequeno e mesquinho, iludido e sofredor.
Infelizmente
a maioria de nós, apesar da mensagem do tempo que se escoa, o qual, como um
dedo aponta para a nossa realidade eterna de águias, ficamos parados nesse
mesmo tempo, ciscando a poeira e a lama da terra, em busca de míseras e
passageiras minhocas.
O
tempo é o grande sábio que nos aponta a direção correta para o encontro
conosco, com nossos irmãos e, principalmente, com Deus, fonte de paz e alegria.
"O
sábio aponta a direção, os tolos ficam a olhar o dedo".
A
Umbanda, como mãe a ensinar e a encaminhar seus filhos para a evolução e
engrandecimento espirituais, nos ajuda a caminhar por essa estrada, apontada
pelo tempo que se escoa, nos conduzindo á vivência da Humildade, Sabedoria e
Pureza de Coração, na luz vibrada da FÉ, da RENOVAÇÃO, da LEI, do CONHECIMENTO,
da JUSTIÇA, do AMOR e da EVOLUÇÃO, onde os nossos queridos Orixás nos aguardam,
com seu carinho e amor de pais e mães, para nos garantir a PAZ e a ALEGRIA em
nosso caminhar.
Nesse
sentido a Umbanda é uma religião para nós, pois nos religa com Deus, nosso Pai,
e com nossos irmãos de caminhada sob a perspectiva da pura fraternidade.
Se
vivida como apenas uma “obrigação”, da qual não sinto prazer e alegria,
não podemos dizer que o sacerdócio, o mediunismo umbandista seja um trabalho
religioso, mas apenas uma encenação a mais na nossa conturbada vida.
Do
mesmo jeito que um Católico, ou Padre Católico, ama sua religião, sua Igreja e
seus rituais; os protestantes, com seus Pastores, amam seus Templos, têm
carinho e amor aos seus Cultos; os Judeus, com seus Rabinos, amam e se deliciam
nas sua Sinagogas em cultuar ao Deus Único; os Mulçumanos, nas suas Mesquitas,
adorando com prazer e alegria a Alá, o Umbandista que não ama seu Templo, suas
atividades sacerdotais/mediúnicas, se for o caso, não sinta saudade da sua Casa
de Oração, ou mesmo a frequência alegre às suas Giras, não pode dizer que é
Espírita Umbandista, pois a Umbanda não entrou em sua vida como uma religião,
mas apenas como uma encenação ou instrumento feiticista para preencher
carências e necessidades mesquinhas temporais, sejam elas emocionais ou
materiais.
Acredito
que, para nós, que nos dizemos umbandistas, o tempo sempre nos oferece a
oportunidade de refazermos nossa profissão de fé nessa religião tão bela e
rica, ou mesmo, se for o caso, de nos conscientizarmos não ser esse o
caminho religioso que me favorece o crescimento e o encontro com Deus.
De
uma forma ou de outra aproveitemos e escutemos a lição do tempo, e busquemos
avidamente viver o nosso hoje, mas na perspectiva do amanhã, pois o nosso dia a
dia só tem significado se for uma conquista do amanhã, pois "a alma
constrói o próprio destino: degrau a degrau" (Leon Denis).
Pai
Valdo (Sacerdote Dirigente do T. E. do Cruzeiro da Luz)
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