Sendo a perfeição
absoluta, eterna e imutável, Deus é a referência maior que existe no niverso.
Ele se constitui na meta a ser alcançada pelos seres inteligentes, mesmo sabendo-se
que se trata de uma força inatingível. Deus será sempre o balizador das ações
praticadas, o modelo passivo das atitudes.
Muitos
perguntarão por que classificar Deus de referência passiva, sendo Ele o Criador do Universo. Condição que O classifica,
implicitamente, como sendo a expressão máxima da atividade e da iniciativa
construtora.
Devido ao
livre-arbítrio concedido a seus filhos, Ele nunca
poderia determinar a opção deles. Caso contrário, não seria
livre-arbítrio. Por essa razão, possibilita o livre-arbítrio e se coloca como referência passiva, dando a todos
a chance da escolha.
Caso a opção de
alguém seja se afastar do caminho que leva a Deus, ou não aceita-Lo como
referencial, estará automaticamente
optando pelos caminhos da imperfeição, sendo um direito que lhe assiste.
Mas que também o conduzirá às conseqüências da imperfeição, que como se sabe,
não são nada agradáveis.
Deus poderia
muito bem criar os seres que habitam o Universo, dar-lhes o livre-arbítrio e
não deixar qualquer referência sobre Ele mesmo, tornando-se uma abstração
completa, que não permitiria qualquer alusão à sua existência. Entretanto, se
isso acontecesse, o caos dominaria o Universo, com cada um impondo as próprias
regras, havendo disputas cruéis, que não
resultariam em qualquer solução de equilíbrio e de convivência
pacífica. Existiria um número incalculável de paradigmas e de referências
conflitantes, ao gosto de cada um, impossibilitando a noção precisa de ordem,
ou em outro sentido, de Cosmo.
Seria o mesmo
que projetar para o restante do Universo as relações humanas imperfeitas que
existem na Terra. Não haveria planos em
evolução, mas o mesmo nível de desordem, tornando os homens cada vez mais imperfeitos, nunca saindo dessa condição, por não conhecerem a perfeição
referencial.
Dessa forma, se
apresentando como Ele é, em sua plenitude universal, Deus gera a ordem, a
unificação dos paradigmas. Autoriza seus filhos a alcança-Lo como lhes convém,
e até despreza-Lo. Dando ao livre-arbítrio um caráter de liberdade, mas também de direcionamento: em direção Dele, ou
afastando-se Dele.
Caso seja na
direção Dele, nunca o alcançarão, para que as
identidades e individualidades sejam mantidas. E se forem no sentido
contrário, estarão optando pelas imperfeições, que mais do que nunca destroem
as individualidades,pelas submissões e imposições
recíprocas entre irmãos.
Assim,
Deus concede o livre- arbítrio e se coloca como referencial passivo nos
caminhos da vida. Tornando-se, desse modo, o âmago da liberdade de cada um.
Livro O Amparo do Alto, um Espírito Amigo, psicografia Hur-Than de Shidha, Ed. co Conhecimento
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