Mediunidade sem Jesus não vale a pena. Não cumpre
sua função nem finalidade. Vamos além: Espiritismo sem Jesus não vale a pena.
Assim como não valem a pena o centro e a tarefa espíritas sem Jesus. O
Espiritismo é sobretudo a revivescência do Evangelho. Sem Jesus, de que vale
ter curiosidade e mesmo conhecer? O que nós vamos fazer com o conhecimento que
não ilumina? Que não transforma? O que faremos com as informações que não nos
levam a cogitar de nossa melhoria e renovação? Conhecimento sem aplicação
imediata na vida cotidiana é simples teoria. O conhecimento pode ser obtido em
qualquer parte. É puro intelectualismo. Os Espíritas jamais devem perder o
sentido da própria doutrina, daquilo que os trouxe até ela. O Espiritismo é o
Consolador prometido. Não nos interessa uma doutrina que cogite apenas de
verdades. Somos seres humanos imperfeitos, quase primitivos. Às vezes, nos
esquecemos disso e trazemos nossa humanidade e suas limitações para dentro da
Casa Espírita, para dentro do Espiritismo. Se não tomarmos cuidado, essas
limitações, que se expressam em interesses egoísticos, podem sobrepor-se aos
valores que precisamos conquistar, em prejuízo de nossa evolução moral e
espiritual.
Sem Jesus, não vale a pena
Sabemos que estamos na Terra para aprender e evoluir moral e intelectualmente. Ao sairmos daqui, deveremos estar sempre em melhores condições do que quando aqui chegamos; intelectuais sim, mas, primordialmente, em melhores condições morais. Então repetimos: Espiritismo sem Jesus não vale a pena. O que é que nós vamos fazer com o conhecimento do perispírito, por exemplo? De que nos vale ser doutores a respeito do corpo espiritual? Às vezes, nos preocupamos muito com coisas como pontos energéticos (chacras) ou aura (“Qual será a cor da minha aura?”). Elas são importantes, mas não essenciais. Nossa transformação moral é mais importante. Para isso, precisamos do Evangelho de Jesus.
Sem Jesus, não vale a pena
Sabemos que estamos na Terra para aprender e evoluir moral e intelectualmente. Ao sairmos daqui, deveremos estar sempre em melhores condições do que quando aqui chegamos; intelectuais sim, mas, primordialmente, em melhores condições morais. Então repetimos: Espiritismo sem Jesus não vale a pena. O que é que nós vamos fazer com o conhecimento do perispírito, por exemplo? De que nos vale ser doutores a respeito do corpo espiritual? Às vezes, nos preocupamos muito com coisas como pontos energéticos (chacras) ou aura (“Qual será a cor da minha aura?”). Elas são importantes, mas não essenciais. Nossa transformação moral é mais importante. Para isso, precisamos do Evangelho de Jesus.
Com frequência, queremos saber o que fomos ou deixamos
de ser no passado. É melhor não saber. Sinceramente, percamos toda e qualquer
esperança de ter sido alguém melhor do que somos. Não fomos. Nós estamos em
nossa melhor encarnação. É a nossa melhor oportunidade; que, aliás, se reveste
de dupla responsabilidade por conhecermos a Doutrina Espírita. Através dessa
doutrina, temos maior consciência de nós mesmos, de nosso passado, de nosso
presente e de nosso futuro. Daí a maior responsabilidade pelos nossos atos.
O Espiritismo é uma doutrina muito clara. Ele nos
ensina que somos donos de nossos atos e por isso devemos a nós mesmos aquilo
que somos. Estamos ligados às pessoas certas, ocupando um corpo que atende às
nossas necessidades de aprendizado. Por isso, eu não posso entender a
mediunidade sem Jesus. Chico costumava falar que se tivermos de optar entre
Kardec e Jesus, deveremos ficar com Jesus. Graças a Deus, não temos de fazer
essa opção. Afinal, Kardec também optou por Jesus e a Doutrina Espírita, que
ele codificou, é a revivescência do Evangelho. Estamos na Terra, portanto, para
cuidar de nossa renovação, da construção do Reino de Deus dentro de nós. Não
adianta ser apenas número na Doutrina Espírita. É muito importante que nos
atualizemos sempre, porque fazemos parte de uma doutrina dinâmica, que evolui e
se actualiza. Nossa fé precisa ser raciocinada. Por isso, precisamos estudar
muito. Precisamos analisar cada acontecimento, cada fato que ocorre no mundo, à
luz da Doutrina Espírita.
Mediunidade e médiuns
Mediunidade e médiuns
Essas reflexões tomam importância muito maior
quando falamos de mediunidade. Basicamente, mediunidade é pensamento a
pensamento. É entrar em sintonia. Não existe nenhuma técnica especial para nos
sintonizarmos com a espiritualidade. Certa vez, um jornalista perguntou a Chico
Xavier como ocorria o processo de recepção de um Espírito. Chico respondeu: “É
o mesmo que você perguntar a uma laranjeira como ela produz laranjas; ela não
vai saber responder porque ela só sabe que produz laranjas”. Ora, a laranjeira
não sabe como produz laranjas. Se ela for se preocupar muito com o modo como
produz e qual é o fenómeno que acontece para que ela produza laranjas, é
possível até que ela não produza mais. O que isso tem a ver com mediunidade?
Muito, principalmente com o problema do animismo. O médium não deve se
preocupar com o fenómeno que ocorre quando ele se comunica com os Espíritos.
Basta que acredite nessa comunicação e se entregue com fé à tarefa que assumir.
É lógico que o estudo e o conhecimento da Doutrina
são importantes no fenómeno da mediunidade. Eles facilitam bastante o trabalho
dos Espíritos. Isso, porém, não é tudo. A fé e o desejo sincero de auxiliar são
muito mais importantes. Desenvolver a mediunidade significa desenvolver a
sensibilidade. Chico caía em transe naturalmente. Ninguém seria capaz de dizer,
se ele não estivesse apoiando a fronte com a mão esquerda, se era o Chico mesmo
que escrevia ou se era Emmanuel escrevendo por meio dele. Tal a naturalidade!
O médium tem de se preparar para os Espíritos tanto
quanto os Espíritos se preparam para o médium. Por isso, desenvolver a
mediunidade implica cuidar da própria espiritualidade. Esse cuidado envolve
intelecto, sensibilidade, percepção, maturidade do senso moral e,
principalmente, bondade. É interessante pensar sobre isto: Chico Xavier teria
sido exímio instrumento mediúnico? O que os Espíritos encontravam nele? Eles
encontravam flexibilidade, maleabilidade e, sobretudo, afinidade de propósitos.
Todo médium deveria perguntar-se: “O que eu pretendo na condição de médium?”. E
deveria ser sincero na resposta. Se a resposta for servir à causa – às tarefas
da causa – e não servir a si mesmo, então ele estará no caminho certo. A
Doutrina Espírita é a doutrina do auto conhecimento. Ela conduz seu adepto a um
mergulho em seu íntimo e ele aprende a se conhecer melhor naturalmente. A
condição mediúnica favorece esse auto conhecimento porque nela o médium lida ao
mesmo tempo com a realidade física e a realidade espiritual.
Herculano Pires definia Chico Xavier como um homem
inter - existente. Com isso ele queria afirmar que Chico vivia entre os dois
mundos. Nós, que convivíamos com Chico Xavier, nunca sabíamos se ele estava
falando por ele mesmo ou se era com os Espíritos. Às vezes, a gente perguntava:
“Chico, é você ou Emmanuel?”. Ele respondia: “Meu filho, nem eu mesmo sei”.
Porque ocorre essa inter-existência? Porque os Espíritos sabem agir com
subtileza. Uma prova disso são os casos de obsessão. Há pessoas que entram em
determinados processos obsessivos e nem percebem.
Mediunidade e obsessão
Mediunidade e obsessão
Podemos dizer que mediunidade e obsessão são quase “unha e carne”. Atualmente existe muito mais obsessão na mediunidade do que mediunidade na obsessão. O objectivo do Espiritismo é nos ajudar a reverter esse processo e disciplinar o intercâmbio que fazemos naturalmente com o mundo espiritual. Certa vez, no Grupo Espírita da Prece, um rapaz perguntou: “Chico, o que devo fazer para desenvolver mediunidade?”. Atencioso como sempre, Chico respondeu: “Filho, procure frequentar uma casa bem orientada e estudar, ler e trabalhar sempre com muito amor”. Quando o rapaz saiu, Chico comentou: “Por que será que nunca me perguntam como desenvolver bondade?”.
Nós estamos muito distantes dos exemplos de Chico
Xavier e mais próximos da mediunidade dele. Mais próximos do médium Chico
Xavier do que do homem Chico Xavier. Se o médium era grande, o homem era muito
maior. Chico Xavier não mentia nem era incoerente. Transparente, ele vivenciava
o Evangelho no Centro Espírita como em toda parte. A serviçal de sua casa, por
exemplo, podia arrumar todos os cómodos da casa, fazer o almoço, arrumar a
cozinha. O banheiro, porém, era o próprio Chico que lavava. Ele não queria
humilhar seu semelhante, impondo-lhe esse serviço. Finalizando, eu diria que,
mais que ser médium, o importante é ser bom. Porque aquele que é bom não é
médium dos Espíritos, ele é médium de Deus. Aquele que é bom é médium de Jesus
diretamente, está em contato direto com o Divino Mestre. Desenvolver
mediunidade, portanto, não é só querer intercâmbio com os Espíritos, porque
esta parte de intercâmbio com os desencarnados é fácil; difícil é o intercâmbio
com os encarnados. Sem exercitar primeiro o intercâmbio com os encarnados,
ninguém consegue ser um bom instrumento para os desencarnados. Porque são os
encarnados que nos afiam, como as pedras afiam a lâmina da faca. Há pessoas que
dizem: “Eu adoro os Espíritos! Mas não aguento os espíritas!”. É preciso
“aguentar” os Espíritas (e os não-Espíritas) se quisermos nos habilitar ao
contacto com o plano espiritual superior. Cuidar da mediunidade é cuidar da
própria espiritualidade.
Fonte Jornal Eletrônico Flecha de Luz, n° 193/2012, palestra proferida por Carlos Alberto
Baccelli
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